Uma viagem a Montiwood.

Estava andando no meio de uma avenida a noite, quando fui recrutada para entrar numa van cujo logo dizia "HOMELESS CARE". As poucas pessoas dentro dessa van eram: o motorista careca e mal-encarado, um pai e uma filha de uns 7-8 anos, loirinha de cabelos cacheados, uma adolescente de cabelos tingidos, e um adolescente mulato com boné e aparência de malandro. Todos falavam inglês, e logo a brincadeira da viagem foi: adivinhar de que parte dos EUA eu era. Com isso constatei que eles eram piores na geografia americana do que eu. Tive a coragem de perguntar pro motorista aonde íamos, e ele respondeu: "-Vamos sobrevoar a America". A viagem foi longa e com os dois adolescentes demandando toda minha atenção, não pude prestar atenção nos outros 2 ou 3 passageiros da van. Quando começa a amanhecer, já havíamos passado por 2 pedágios, e estávamos longe do ponto de partida, começei a avistar cenários, bonecos e maquetes de filmes famosos. "-Aonde estamos?", pergunto. "Estamos em Montiwood, onde montam os filmes de Hollywood" respondeu a adolescente de cabelo tingido. Todos descem da van, bem no meio da cidade, deserta pois era um feriado e ninguém estaria ali até o dia seguinte. Foi quando o motorista revela seu plano: num determinado ponto da cidade todo e qualquer objeto colocado levanta voo por causa dos ventos fortes; a ideia dele era voar, com todos, dali para o céu. Logo percebi que iriamos cair e morrer, e contestei o porque dessa loucura. Ele respondeu: "-Todos temos dívidas com o mundo, melhor acabar com nossas vidas de uma maneira divertida, voando." "E quem não quiser ir?", retruquei. "Eu conto até 10 e atiro em todos!", mostrando várias armas. "Você é louco! Que tipo de divida teria essa menina de cabelos cacheados?", questionei. "Se não tem hoje, terá no futuro, melhor acabar com o sofrimento antecipadamente." Tomei coragem e disse "Eu fico, e corro o risco de levar um tiro seu!", e todos disseram eu fico depois de mim. Com exceção de uma mulher, que viajava ao lado do motorista na van. Os dois foram ao ponto de flutuação, subiram numa plataforma, começaram a flutuar, contaram até 10 e começaram a atirar em todos. Eu consegui escapar, me escondendo por debaixo de um cenário de enforcamento. O motorista, saltou da sua plataforma de flutuação e veio atrás de mim para me matar. Consegui atingi-lo na cabeça com um pedaço de madeira. Todos se reuniram e pensaram o que fazer com o corpo desmaiado. Tive a ideia:  "vamos colocá-lo na plataforma de flutuação". Assim fizemos. Não sabíamos se ele estava vivo ou morto, mas nos livramos daquele homem mal, da maneira como ele queria. Pegamos a van, retornamos viagem, deixando um em cada cidade diferente, e jurando nunca mais nos encontrarmos e falarmos a respeito.